De acordo com Íris, um dos funcionários da emissora, o Mineirinho, lhe deu força para continuar. “Quando visitei os estúdios e a cidade cenográfica vi algo em decadência. Mas o sorriso e o entusiasmo do Mineirinho me fizeram sair do conforto da minha casa e colocar a cara a bater”, continua.

Íris deixou claro que não quer levar o crédito pela novela. “Na minha primeira reunião com o elenco eu disse: ‘o nosso maior inimigo é o ego’. E seria egoísmo dizer que a novela é minha. Tive uma equipe maravilhosa”, afirma.

Mesmo antes da estréia, que acontece no dia 8 de dezembro, Íris já está ocupada com a trama que irá suceder Revelação. O SBT comprou os direitos de parte da obra de Janet Clair e, no começo de 2009, já começa a produzir Vende-se um Véu de Noiva.

O começo

O lado autora de Íris Abravanel estava adormecido, mas nunca desapareceu. Nos anos 90, quando trabalhava na Contigo!, ela brincou que escreveria uma novela com Walcyr Carrasco, até então diretor da revista, e não se esqueceu dessa idéia. Com o fim do contrato do SBT com a Televisa, ela pediu ao marido para escrever um argumento.

“No começo pensei em gravar em São Paulo, no Palácio do Governo, e haveria uma grande enchente, um apagão. Com o tempo aprendi a sair de uma história grandiosa e ir para a cidade cenográfica”, frisa.

Atrasos

Íris Abravanel negou que o principal motivo dos atrasos para a novela ir ao ar tenha sido a insegurança de Silvio Santos em relação ao seu texto. “Não houve insegurança, pelo contrário. Ele sempre me apoiou”, disse.
Mas a autora admitiu que, no início, seu marido não tinha muito interesse em investir em dramaturgia. “Ele começou a se interessar agora. No passado ele entregou tudo para a Televisa e hoje ele reconhece que deveria ser mais atento”.

Segundo ela, o sucesso de Pantanal foi oportuno e só agora seria o momento certo de estrear a trama. O remake continua no ar pelos próximos dois meses e seu fim não põe medo em Íris. “Se der metade (de audiência) que Pantanal já está muito bom”, afirmou.

Enredo

Revelação é um retrato das relações humanas e políticas de um típico país latino-americano. A trama trata da rivalidade entre dois homens, um que já conquistou o poder e outro idealista, além de narrar um amor impossível.

A história gira em torno de Lucas (Sérgio Abreu) e Victória (Tainá Müller), que se conhecem em Lisboa e se apaixonam. Eles ficam noivos, mas a relação é abalada quando Lucas volta ao Brasil a pedido do patrão de seus pais, Ermírio, dono da maior fazenda da cidade de Tirânia. Ele tem planos maiores para Lucas, que é monitorado constantemente por um personagem “oculto”, que conduz a política da cidade de forma misteriosa.

Sob a direção geral de dramaturgia de David Grimberg, a cidade cenográfica do SBT foi reativada e reconstruída para representar a cidade fictícia Tirânia.

O nome da novela foi uma sugestão de Silvio Santos, mas nada tinha a ver com o enredo. “Depois tive que inventar a revelação, que só acontece no capítulo final”, explica Íris.