Advogado preso ao tentar aplicar golpe de R$ 500 mil em pastor
noticia, pastor sexta-feira, março 27, 2009
Jordan Maciel Penedo chegou à igreja por volta das 22h15 para falar com o pastor João Brito Costa, que celebrava um culto. Após o término da cerimônia, o pastor foi atender o advogado, que solicitou falar em particular com o religioso.
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O advogado disse ao pastor que ele e o contador da igreja estavam sendo investigados pela Receita Federal. Ele entregou ao pastor uma carta que continha o nome de uma empresa de consultoria tributária com número de CNPJ, dados de uma agência bancária e, logo abaixo, o valor de R$ 500 mil.
O advogado informou que bastava o pastor realizar o depósito, que a dívida seria quitada. Joao Batista informou que solicitou ao advogado que ele se identificasse, no entanto, Jordan disse que se fizesse isso perderia o emprego. O pastor desconfiou da atitude dele e chamou a polícia.
Sentado em uma cadeira estofada no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória e vestido com roupa social e gravata, o advogado Jordan Maciel Penedo disse, na quarta-feira (25) que cometeu o crime para pagar uma dívida de R$ 5 mil que tem com um agiota que está o ameaçando.
Jordan disse ser evangélico e que vai continuar na profissão que exerce assim que for liberado. Arrependido, ele disse ter visto na tentativa do golpe uma maneira imediata de quitar a dívida que tem, pois sente medo de morrer.
OAB sente ‘tristeza e dor’ pelo fato
O presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Espírito Santo, advogado Homero Mafra, esteve no DPJ de Vitória para conversar com Jordan Maciel, nesta quarta, preso por tentar aplicar um golpe de R$ 500 mil. Mafra avaliou que o crime cometido pelo advogado é “simples”, mas que envergonha a classe.
“A OAB vê com muita tristeza e com muita dor todo envolvimento de advogado em ilícito penal. Ainda que sejam ilícitos considerados, em teoria, mais simples. Cabe à Comissão de Prerrogativa prestar assistência, mas é nosso dever e vamos comunicar à presidência a ocorrência do fato para que o órgão próprio adote as punições disciplinares cabíveis”, considerou Homero Mafra.
O presidente da Comissão de Prerrogativas disse que as punições na OAB vão desde a advertência à exclusão do membro, portanto, Jordan Maciel poderia ser expulso da Ordem pelo crime cometido.
A defesa do advogado informou que já solicitou à Justiça a cobrança de fiança para que Jordan pague o valor estipulado e responda ao processo em liberdade. A pena determinada pela lei nos casos de crimes de estelionato varia de 1 a 5 anos de reclusão.