Régis Danese com sua trajetória musical e conversão
Entrevistas domingo, março 01, 2009
O ex-pagodeiro Régis Danese tem 35 anos e uma carreira profissional que beira os 30. Começou a cantar aos 5 anos de idade, aos 10 já tocava vários instrumentos. Passou por programas famosos de calouros, como Chacrinha e Barros de Alencar, cantou e tocou por cinco anos no conjunto Só Pra Contrariar e, na virada do milênio, entregou-se a Deus, largou tudo o que fazia e começou a louvar.
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Não foi uma mudança fácil. “Tive muitas perdas financeiras, caminhonetes importadas, não conseguia gravar, fiz um CD gospel independente e nenhuma gravadora se interessava.”
Mas Regis Danese já tinha entregado sua vida a Jesus e estava feliz com isso. “Deus me abriu as portas, eu e minha mulher nos batizamos e hoje até gravadoras multinacionais como a Sony BMG, a mesma que grava Madonna, me ligam e querem me contratar, isso tudo é em glória de Deus”, disse.
Natural de Passos (MG), o cantor integrou a dupla sertaneja Regis & Raí, com a qual lançou um disco em 1989 pela gravadora BMG Ariola.
Mais tarde, em 1991, ele foi convidado por Alexandre Pires para participar do grupo Só Pra Contrariar. Durante cinco anos, ele destacou-se com suas composições de grande sucesso lançadas pelo grupo, como “Te Amar Sem Medo”, “O Samba Não Tem Fronteiras” e “Amor Verdadeiro”.
Danese compôs também muitos sucessos para outros cantores, como Daniel, Leandro & Leonardo, Gian & Giovani, Cristian & Ralf, Belo, Vavá, Elimar Santos e Alcione.
Conversão
No ano 2000, por meio de um colega do grupo Só Pra Contrariar, Régis Danese ouviu a palavra de Deus, convertendo-se ao evangelho. “Ele ficou durante anos no grupo e sempre manteve uma postura diferente da nossa, sem se envolver em nossos erros, mostrando seu caráter de homem de Deus. Certo dia, quando eu passava por um grave problema no meu casamento, ele me falou de Jesus, eu acreditei e recebi aquela palavra”, disse o cantor sobre o colega.
Cantor diz que provação foi necessária para a glória de Deus
A recompensa financeira começa a chegar e o cantor Régis Danese diz que não está preocupado com dinheiro. “Quando a gente se entrega nas mãos de Deus, tudo dá certo.”
O casamento, que estava para acabar em 2000, quando Régis ainda não havia se convertido, foi recuperado e a família unida espera para abril o nascimento de Brenda, “mais uma bênção”.
Os três anos que passou tentando divulgar seu novo trabalho foram de provação. Segundo o cantor, “Deus faz isso para que a gente possa perseverar e para que tudo seja em glória de Deus”.
Seu primeiro CD, “O meu Deus é Forte”, foi lançado em 2004, de forma independente e começou a fazer sucesso sendo indicado no ano seguinte para o troféu Talento nas categorias Melhor Álbum Independente e Cantor Revelação, fazendo com que a gravadora Line Records se interessasse e viesse a distribuir o CD.
Seu segundo trabalho foi o CD “O Melhor Que Eu Tenho”, com 11 faixas e produção de Wagner Carvalho. Como prova de seu amadurecimento na música gospel, Régis Danese inovou e passou a apresentar adoração e louvor com pinceladas de pop rock e, ainda, as participações de sua esposa, Kelly Danese, e de seu filho.
Currículo
Quando começou a procurar gravadora para seu primeiro CD gospel, Regis Danese achou que fosse fácil apresentar um currículo de compositor de grandes sucessos de duplas nacionais conhecidas. “De repente percebi que ter sido músico do Só Pra Contrariar e ter composto tanta música conhecida não servia para me lançar no mercado de gospel”, afirma.
A provação continuou e ele perseverou. Agora que a música “Faz um Milagre em Mim” tornou-se a mais vendida, a mais cantada, ele não tem dúvidas. “Deus muda as coisas conforme sua vontade”.
A música é um hino de um convertido que diz querer ser “como Zaqueu” para subir o mais alto que puder para chamar atenção do Senhor. “Largo tudo pra te seguir, entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas, me ensina a ter santidade”, diz a música.
Poucos dias antes do carnaval Régis Danese participou de um show em Salvador. Subiu ao palco a convite do cantor Belo e quando o amigo lhe avisou que ele participaria cantando “Faz um Milagre em Mim”, achou esquisito.
“Disse ao belo que não daria certo, que era quase carnaval e que ninguém ali sabia cantar a música, me surpreendi, o público cantou e eu fiquei emocionado, era Deus sendo louvado no meio do axé”, disse.
Fonte: Correio de Uberlandia