Artista espanhol diz ter criado representação 'fiel' de Cristo crucificado
Cristo, história, Homem, Jesus, morte sábado, março 20, 2010
Um artista espanhol criou, com base em dez anos de estudos do Santo Sudário, uma escultura que mostra Jesus Cristo crucificado, coberto de ferimentos e ensanguentado, que segundo ele seria uma reprodução fiel de seu estado físico uma hora depois de sua morte.
O escultor e professor da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, disse à BBC Brasil que "essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé".
"Levá-la adiante foi um passo valente. A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas se trata de uma peça única no mundo que reproduz com fidelidade a cena do calvário", completou o autor, que levou mais de dois anos para concluir sua obra.
A escultura detalha cada ferimento no corpo de Cristo a partir de dez anos de estudos de Miñarro sobre o Santo Sudário, o tecido que teria coberto o corpo de Jesus em seu sepultamento, além de pesquisas promovidas pelas universidades de Córdoba, que tomou a iniciativa de criar a escultura, e de Sevilha.
A escultura do Cristo ensanguentado está exposta desde o dia 11 de março na Igreja Pedro de Alcântara, na cidade de Córdoba, e sairá em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
'Exatidão matemática'
Com base na análise do sudário, o escultor tentou reproduzir "com exatidão matemática" as perfurações causadas pela coroa de espinhos, as feridas decorrentes da flagelação e as lacerações produzidas pelas quedas durante a Via Crucis.
A estatura, o tamanho da cabeça, tronco e extremidades, a fisionomia do rosto e até o detalhe do pé esquerdo sobrepondo-se ao direito têm como referência a relíquia histórica.
A pesquisa também incluiu investigações sobre o material usado nos chicotes com bolas de metal nas pontas usados para açoitar Jesus. A reprodução da coroa de espinhos foi feita com galhos de uma planta chamada jujube (zizyphus spina christi), que seria a planta originalmente usada para construir o instrumento de tortura.
Uma equipe de médicos fez um estudo hematológico para diferenciar as marcas de sangue derramado antes e depois da morte de Cristo, para que a pintura da escultura pudesse refletir essa diferença, especialmente nas chagas das costas, mãos e pés.
O autor chegou a trazer areia de Jerusalém para reproduzir as marcas das quedas durante o calvário nos joelhos e tronco de Jesus.
Realismo polêmico
"A intenção é situar os fiéis naquela realidade e que quem olhe a imagem tenha uma visão o mais próxima possível do que realmente ocorreu", disse à BBC Brasil o professor da Universidade de Córdoba e participante da pesquisa, Miguel Rodríguez Pantoja.
Mas todo esse realismo não foi bem aceito por todos. Quando a ideia surgiu pela primeira vez, nos anos 90, o projeto chegou a ser impedido pelo bispo de Sevilha, Javier Martínez, que o considerava agressivo. Há três anos, porém, foi retomado depois da mudança na cúpula do clero.
"Ninguém nega a verdade de que o martírio foi assim, o que se deve questionar é esta exibição de torturas", disse à BBC Brasil o presidente da junta de confrarias católicas de Andaluzia, Fernando Vaquero Sanchez.
"A imagem não desperta emoção, sentimentos de compaixão, fraternidade ou perdão próprios de uma Semana Santa, mas horror. Como pode se sentir uma criança numa procissão diante de um Cristo ensanguentado?", questionou.
Mas Pantoja defendeu a obra. "Entendo que fira sensibilidades porque expressa um sofrimento terrível, mas o sentido da Semana Santa também é esse. Lembrar do calvário de Jesus Cristo para refletir nos valores e renovar a fé na ressurreição", disse.
O escultor e professor da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, disse à BBC Brasil que "essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé".
"Levá-la adiante foi um passo valente. A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas se trata de uma peça única no mundo que reproduz com fidelidade a cena do calvário", completou o autor, que levou mais de dois anos para concluir sua obra.
A escultura detalha cada ferimento no corpo de Cristo a partir de dez anos de estudos de Miñarro sobre o Santo Sudário, o tecido que teria coberto o corpo de Jesus em seu sepultamento, além de pesquisas promovidas pelas universidades de Córdoba, que tomou a iniciativa de criar a escultura, e de Sevilha.
A escultura do Cristo ensanguentado está exposta desde o dia 11 de março na Igreja Pedro de Alcântara, na cidade de Córdoba, e sairá em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
'Exatidão matemática'
Com base na análise do sudário, o escultor tentou reproduzir "com exatidão matemática" as perfurações causadas pela coroa de espinhos, as feridas decorrentes da flagelação e as lacerações produzidas pelas quedas durante a Via Crucis.
A estatura, o tamanho da cabeça, tronco e extremidades, a fisionomia do rosto e até o detalhe do pé esquerdo sobrepondo-se ao direito têm como referência a relíquia histórica.
A pesquisa também incluiu investigações sobre o material usado nos chicotes com bolas de metal nas pontas usados para açoitar Jesus. A reprodução da coroa de espinhos foi feita com galhos de uma planta chamada jujube (zizyphus spina christi), que seria a planta originalmente usada para construir o instrumento de tortura.
Uma equipe de médicos fez um estudo hematológico para diferenciar as marcas de sangue derramado antes e depois da morte de Cristo, para que a pintura da escultura pudesse refletir essa diferença, especialmente nas chagas das costas, mãos e pés.
O autor chegou a trazer areia de Jerusalém para reproduzir as marcas das quedas durante o calvário nos joelhos e tronco de Jesus.
Realismo polêmico
"A intenção é situar os fiéis naquela realidade e que quem olhe a imagem tenha uma visão o mais próxima possível do que realmente ocorreu", disse à BBC Brasil o professor da Universidade de Córdoba e participante da pesquisa, Miguel Rodríguez Pantoja.
Mas todo esse realismo não foi bem aceito por todos. Quando a ideia surgiu pela primeira vez, nos anos 90, o projeto chegou a ser impedido pelo bispo de Sevilha, Javier Martínez, que o considerava agressivo. Há três anos, porém, foi retomado depois da mudança na cúpula do clero.
"Ninguém nega a verdade de que o martírio foi assim, o que se deve questionar é esta exibição de torturas", disse à BBC Brasil o presidente da junta de confrarias católicas de Andaluzia, Fernando Vaquero Sanchez.
"A imagem não desperta emoção, sentimentos de compaixão, fraternidade ou perdão próprios de uma Semana Santa, mas horror. Como pode se sentir uma criança numa procissão diante de um Cristo ensanguentado?", questionou.
Mas Pantoja defendeu a obra. "Entendo que fira sensibilidades porque expressa um sofrimento terrível, mas o sentido da Semana Santa também é esse. Lembrar do calvário de Jesus Cristo para refletir nos valores e renovar a fé na ressurreição", disse.
Fonte: BBC Brasil / Via: Notícias Cristãs