Pai desiste de batalha na Justiça britânica para manter filho vivo
morte, Vida quarta-feira, novembro 11, 2009
O menino, chamado apenas de Bebê R. B. por motivos legais, nasceu em outubro com uma rara doença muscular conhecida como Síndrome Miastênica Congênita, que dificulta sua respiração sem aparelhos.
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Ao contrário do pai, a mãe concordava com a opinião do hospital, que defende o desligamento dos aparelhos.
Mas o pai acabou mudando de ideia depois de ser informado por especialistas que havia provas sugerindo que a retirada do equipamento seria melhor para a criança.
Exemplares
O juiz do caso elogiou a decisão do pai, dizendo que ela é “triste, mas inevitável”.
“Desde o nascimento desse bebê, estava claro que ele estava sofrendo profundamente”, afirmou o juiz.
A corte decretou que, a partir de agora, é legal retirar os aparelhos que mantêm a criança viva.
Para o juiz, os pais agiram de maneira exemplar.
“Acredito ser impossível para qualquer um de nós ter a ideia exata do impacto desta situação na vida desses pais tão jovens”, afirmou. “De repente, todas as expectativas e sonhos que eles tiveram para seu bebê foram jogados fora e substituídos por uma vida de preocupação, estresse, exaustão, confusão e imensa tristeza.”
Tanto o pai quanto a mãe choraram quando o juiz decretou o veredicto.
“Apesar de terem se separado, os pais de R. B. sempre estiveram juntos na vontade de dar o melhor cuidado possível a seu filho. Eles estiveram ao lado dele diariamente nestes 13 meses”, afirmaram os advogados do casal, em um comunicado conjunto.
Eles disseram ainda que a decisão de desligar os aparelhos foi “agonizante”.
“Os pais agora querem passar todo o tempo que resta ao lado de seu amado filho”, concluíram.
‘Miserável’
Segundo representantes do hospital, o menino teria uma “existência muito infeliz” pela frente, mesmo se fosse realizada uma traqueostomia para tentar facilitar sua respiração e permitir que ele fosse para casa.
Vários especialistas afirmaram no tribunal que a criança viveria com deficiências profundas e não teria qualidade de vida.
Os advogados do pai chegaram a argumentar, no entanto, que o cérebro do menino não era afetado pela doença, o que significa que ele pode ver, ouvir, interagir e brincar.
Estima-se que 300 pessoas sofram da condição no Reino Unido, com diferentes graus de severidade.
Alguns dos bebês que herdam a doença morrem pouco depois de nascer, enquanto outros vivem uma vida relativamente normal com a ajuda de remédios.
Nenhuma das partes envolvidas no caso pode ser identificada por razões legais.